domingo, 11 de julho de 2010

A um passo das coisas
Que eu posso ver mas não posso tocar
Que eu posso desejar mas não posso ter
Que eu posso amar
Mas não podem amar a mim

A um passo de viver e a um passo de morrer

sábado, 26 de junho de 2010

I COULD DIE FOR YOUR SMILE

I´d burn till I die before you could feel the slightest warmth of the fire
I´d die just to see you smile
I´d cry a whole ocean just to stop you even shed a tear
I´d die just to hear you whisper in my ear
I´d hold you so tight in my arms and kill all your fears
I´d die to see the bright shine of your eyes
I´d die just to see your smile

I´d bleed all the hell to take away from your heart every pain
I´d die for your kiss
Just to see you a minute I´d walk under the hotest sun or under the coldest rain
I´d do anything to have you with me
I´d die for your smile

Because is looking at your eyes
Thta I feeel so fine like anytime else
Anytime
Because is your sweetest smile
That makes me feel alive as nothing can
Nothing else

Oh, so alive,baby
That I could die

I could die for your smile

sábado, 19 de junho de 2010

(...)

Pequena, há tanta alma dentro de ti
Se dentro da Caixa de Pandora
Esconderam os Deuses todos os males
Todas as belezas e prazeres da alma e da carne
Colocaram eles em ti

Pequena, há tanta beleza cândida nessa tua face meiga
E tantos talentos e graças, pudicas e castas
Entra da tua alma as frestas, tímidas, escondidas
Entre as quinas estreitas de uma alma dilatada
Tanto pelo que se apaixonar...
Tantas de ti a se descobrir...

E onde estavas tu que todo este tempo te escondias?
Bem a minha vista e que eu não te via
Bem ali ao lado e ainda assim
Tão desconhecida, tão longe de mim

Ai, e em minha vida tem uma vaga, um buraco, um vazio
Um lugar que aquecestes, mas que antes era frio
Um lugar de que se esqueces-te volta a ser limbo
Lugar escuro que teu olhar iluminou
Mundo preto e branco que teu sorriso coloriu

E eu que te via e não te conhecia
E essa ausência que eu sentia, ora veja: era de ti!
E eu que nem sabia que algo me faltava, hoje vejo: sim, faltava
E era a ti que eu queria e não sabia!
Era a ti...

A, mas a trama da vida é uma rede intrincada de intrigas
De desencontros e encontros, decepções e surpresas, (...)
Ai, (...), e eu que nem te via; nem sabia que vinhas
Eu que pelas vias da vida não havia que eu te via, vim e vi:
Vi, (...), que tu fez tanta falta aqui


E agora que vieste te peço apenas
Que não te partas, minha pequena
Peço só que sejas assim como sempre foi
Que é assim que eu te queria
Mesmo quando nem te conhecia
Só quero que sejas, que vivas
E minha vida te diz menina: bem vinda sejas
(...) seja bem vinda!

sábado, 12 de junho de 2010

ABSTINÊNCIA

Teu sorriso doi
Quando faz falta
Se é teu olhar ausente
O ar me escapa
Se tua voz fala
Faz-se então a musica
Mas se tua nota cala
Se faz silêncio, se faz ausencia
Se faz pesar

Menia com rosto de anjo
Mulher com olhar de céu
Anjo de forma humana
O céu que se fez mulher...

Tua beleza incomoda, quando se tona rara
E é tão dolorosa, se se prolonga a ausencia!
Tua beleza mata quando faz tanta falta....

quarta-feira, 17 de março de 2010

JUVENTUDE ENVELHECIDA

Me serão nescessários pois
Mil sortilégios novos
Para compensar-me assim
Essa incompletude eterna
De uma infância não vivida
Uma juventude assim roubada
Devo conhecer mil mistérios outros
Para poder preencher o vazio e fechar o buraco
Curar as feridas, sanar o asco
E me será dada certa liberdade
Certa liberalidade na libertinagem
A guisa de compensação que seja
Pelo tempo que não volta
Pela dor que não se cura
A ferida sempre aberta
A eterna amargura
Que eu carregarei vida a fora
e, ó, há tantos piores que mim eu sei
Mas há tantos melhores também
E tantos piores sem porque
E tantos melhores sem merecer
E, ah, tantos melhores piores e tantos piores melhores- vê?
E por tudo que poderia te sido
Mas não foi
E por todos os sorrisos que eu poderia ter vivido
Mas que foram dor
Me será dada certa liberdade
Certa liberalidade na violência
Pra punir os ladrões de minha adolescencia
E para todo crime contra mim feito
Que não houver culpado exacto
Haverá um anestésico
Um whisky e um vinho
E um anjo alado ao lado
Uma compensação em luxuriante abundância
Um longo lapso de tempo de alegria intensa
Um orgasmo eterno numa Orgia que não se cansa
Por tudo que antes não me foi permitido
Por tudo que era meu de direito mas me foi mesmo assim interdito
A tudo hoje me permito
Salvo conduto mesmo para o mais obscuro
Pois os fins são nobres e puros
E se dos meios escusos eu disponho
Como um deus de seus poderes dispõe
Que só meus deuses me julguem e me perdoem
Não, eu não viverei para sempre
E por tudo que eu já perdi
E por tudo que eu já chorei
Não tenho um segundo mais sequer a perder!

TESOURO OCULTO

Sim, eu de fato menti
Mas foi pra me proteger
Pra proteger-te foi que o fiz
Sim, eu menti
Mas não pra te ferir
Mas pra que sofresses impedir
Pois mente mais quem diz
Que só se esconde sangue e crime
Também, sabe-se, se esconde dor de amor
Ocultasse o ouro
Por ser ele frajil, oculta-se o que é belo
Não, não se enterram só cadáveres
Também se enterram tesouros!
E não são só nossos defeitos
Que tentamos disfarçar
As vezes o que temos de melhor
De mais puro e de mais belo
Nos da mais trabalho ocultar
Dentro de um coração
Se esconde ódio, se esconde amor
Perfume e veneno juntos
Sempre misturado com alguma dor
O que não te revelo
O que dizer-te me nego
É o que mais ansiava por contar-te
É o que mais queria que contentava-te
O que aqui dentro de mim levo
Essa frágil criança por quem velo
Para que tu não posso ve-lo
É um enlevo, um desvelo
Que jamais poderá realizar-se
Uma caricia que jamais poderá tocar-te sem machucar-te
E que desde cedo sempre foi tarde
Pois mesmo o maior tesouro oculto
Pode ser perigoso se encontrado
Mesmo o sentimento mais belo e terno
Aprendi- pode ferir e destruir se for revelado
As vezes o maior carinho dado
É aquele que permanece calado
Sozinho a teu lado sem ser jamais notado
E porque eu te amo; porque loucamente te amo
É esse o maior presente de meu tesouro que dou-te:
Tu dele não saberes absolutamente!
E essas são minhas maiores provas de amor por ti:
O fato mesmo de eu mentir e fingir
Minha mentira muda e a eternidade do meu silêncio

quarta-feira, 10 de março de 2010

ASAS ENCLAUSURADAS

Asas enclausuradas por grades de monotonia
querem voar
Coração amordaçado por correntes de agonia
quer amar
Pernas convulsas saturadas d´uma juventude já perdida
querem dançar!

Ó frustração! Ó frustração!
Porque me bates assim tão forte com teu açoite?
Ódio, revolta, tédio e melancolia- que numa orgia copulam
No lugar perdido do mundo
Onde sonhos não muito duram

Ó solidão! Ó solidão!
Velha sorrateira solidão porque vens
Toda noite visitar-me sempre nova?
Sempre outra, sempre a mesma
Vontade de morte
Me de um farol, me de uma estrela
Um guia, um norte!

Ó, é de novo noite- madrugada é
Ouço os sinos plangerem agonia infinda
Ó, é a mesma historia, vida imóvel, vegetativa é
Catatonica!
Tédio, monotonia, humilhação...
O, vidinha!...

quinta-feira, 4 de março de 2010

INVENTORES MAL INTENCIONADOS (PLAGIO BEM INTENCIONADO)

Tu que inventaste a distancia
Diga porque o fez
Tu que criaste a ausência
Porque ainda não a desfez?
E quem foi que fez a saudade
Que dilacera um peito assim dilatado?
E quem foi o criador dessa soledade?
A solidão de um coração angustiado
Ai! Tu que inventou a espera
E tu aí, que inventaste a esperança!
Essa esmagadora ânsia que não se cansa
Vos que criaste a separação
Dos corações a segregação
Não tinhas nada melhor que fazer?
E já que inventastes tantas coisas
E tantas coisas perniciosas
Porque não inventa algumas boas?
Como um meio de de novo ter
Ela aqui perto de mim

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Amiga

Minha melhor amiga, A amiga
Amiga Minha, a Amiga
Amo-te menina, de modo singular
Em cada aspecto único de modo vário
Em cada divergente maneira de modo único
Sozinho em meu silencio ermo
Mudo em sorrisos em meu canto
Entre teus amigos muitos
E entre estes números, eu apenas um dos
Eu apenas dor
Eu por penas d´amor
Eu apenas eu, eu apenas, apenas
Tu a única, insubstituivel, imcomparável
Tu Rayssa
Eu apenas um
Tu aquela- numero um
Eu um amigo teu, tu A Amiga Minha
Amiga com A maiúsculo
E no topo de meu coração solitário lugar único
Eu amigo minúsculo, no diminuto
Perdido entre tantos outros
E outros bem mais próximos
E outros bem mais queridos
Eu mais passado, cada vez mais lembrança
E tu ainda presente, sempre mais presente
Ainda que mesmo que ausente
Sempre tão veementemente pungente
Ainda que agora ausente
Ainda que a partir de hoje
Mais longe, mais distante...
Nesta ausência tua que em meu peito se dilata
E que nesse vazio recrudesce
Essa tristeza eterna
De ser sem ti aqui
Não caminhas mais por essas ruas
Cada vez mais rara sentada nesses bancos
Cada vez menos te encontrar nessas calçadas
Foi pra longe fazer novos amigos
Outros tantos, dentre os quais
Me perderei na multidão infinda
Cada vez mais dificilmente entre eles me verás
Seu olhos cansarão de procurar-me?
Seus olhos esquecerão de procurar-me?
Só mais um amigo, talvez que mais nem isso
Mas um segredo ainda confesso
Ao de minha solidão o silencio
Ainda te amo Amiga
Ainda te amo e ainda sofro sozinho...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

TOLO PARA OURO

Tantas e tantas vezes
O seixo por diamante eu tomei
Mas juro que nunca pensei
Julgar uma jóia preciosa
Como se se vidro inútil fora
Julguei-te pelas aparências
Medi-te pelas precedências
E enquanto ao ouro de tolo me agarrava
Deixei que tu jóia mais rara
Fugisse de mim
E enquanto eu julgava ser o pó ouro
Por pouco e pouco
No infinito te perdi
E eu que te pensava vazia e fútil
Ai! Eu que tanto me surpreendi!
Eu que não te dei o valor devido
Como agora me redimir?
Jóia, te julguei como os escolhos
Abrolhos eu pensei fossem jóias
E agora?
Que será feito de mim?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MY DEAD LOVE

I´ve been looking for a new love
Walking under the storm, runinng throughout the sun
And you don´t even care
And you don´t even know
Still with me is always only you

Baby, I still remember
How you used to be
Loving in you today
An memory of you one day

Sunshine never reachs me
Sunshine will never comes here to me?

(BRIDGE)
I loved who you were
But I hate who you are
I won´t see you again
Sunrise I never see

(CHORUS):
My dead love
My sweet dead love
I´ll put pretty flowers
In your muder grave
My dead rose
My new love

Maybe I forgot who you were
To love now who you are
Loving you two times, honey
Loving in you two girls, yeah

(BRIDGE 2)
I forgot who you were
To love who you are
Come and take my hand
Once again

(CHORUS)

I´ve been walking along these stones
But you don´t even care
You will never know...

(johnny lynn lee)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

POEMA DE UM FRUSTRADO

Depois da festa
Foi a solidão
Depois do riso
A depressão

E ela não veio
Ao contrario: se foi
Projetos e planos
Quebrados como as garrafas no chão

E fez-se lágrima da risada
E não abriu a porta chave
E a esperança fez-se em angústia
E espedaçou-se a suposta chave

A porta continua trancada
E tu é só de dar dó
Esperança novamente desmentida
E teu sofrimento é o de Jó

Sentado no chão
Sozinho no silencio
E essa dor no coração
De novo, de novo e de novo...

Depois dos sonhos
Foi a decepção

CONTRA TEMPO

(Contribuição de meu prezado amigo Paulinho)

Ainda me lembro como se fosse ontem
Como se ontem fosse noite
E essa noite aquela noite
Como se essa noite fosse manhã
E essa manhã amanhã
Ainda me lembro como se fosse hoje
Como se hoje fosse ontem
Como se ontem fosse outono
Como se o outono fosse mês que vem
E mês que vem a primavera que se foi
Ainda me lembro como se fosse amanhã
Como se amanhã fosse ser aquela velha noite
Ainda me lembro como se fosse sempre

MENINA

És ainda pra mim a mesma menina
Que um dia conheci- pálida criança
És ainda a mesma porque é ainda a mesma minha perplexidade
Estupefacto espanto de assim te encontrar na vida
Conviver contigo é conjugar o verbo desta perplexidade eterna constantemente
Mas és mulher- de paradoxos sem fim
De sempre novos mistérios velhos a serem desvelados
Abstracção surreal em minha mente- de andar lírico e toque fugaz
Cintila a luz de teu olhar oblíquo que dardeja
Sobranceiro em seu negror absoluto
Iluminando de mim meu mais tenebroso recanto no entanto
E faz tempo já que não nevas por aqui o leite cândido e meigo de tua presença sempre radiosa
Faz tempo que não conjuga teu nome em verbo de viver em minha vida
Mas há sempre qualquer coisa de ti na atmosfera
Nessa monótona paisagem petrificada de sempre em toda parte tu estas
Assim como a alma a animar um corpo oco
Há sempre qualquer coisa de ti em toda parte de minha vida, na atmosfera
Na infinda perplexidade do espaço suspensa- suave porém também densa
Vaporosas emanações de ti que esvoaçam sempre em dança
És amanhecer e entardecer, meio dia e alta noite
E assim sempre vives no ar mesmo que eu respiro
Sempre presente até em sua ausência
És mulher (e que mulher!), mas nesta perpetua estupefação de nosso primeiro encontro
És sempre menina de novo
Como nesse jogo de eterno retorno
É sempre infante a primavera
És, Rainha branca de neve, meu doce inverno primaveril
És minha noite e meus dias ainda, como sempre
Minhas caídas carentes folhas de outono
Sinto que te vais, tu te afastas lentamente; minha vida deixas
Mas a perplexidade de nosso primeiro encontro
Permanece até mesmo em nossas despedidas
Essa parte de tu que irremediavelmente esta pra sempre, indivisivelmente, em mim
Ficará aqui comigo compartilhando de tua ausência
Querida, és mistério constante, verdade inconstante de cada instante
Vogal e consoante
Eu te venero e desprezo, eu te preciso mesmo quando não quero
Eu te respiro
Eu vivo a ti
Conjugo teu nome (secreto nome) como o verbo viver
E conjugo viver como amar
Conjugo a ti sem palavra dizer
Vivo tu em cada instante a fazer
Se não estou morto é porque estou (teu nome)

EU NUNCA MAIS

É nada, è nunca
É nunca, é nada
Eu nunca fui eunuco
Eu nuca nunca cutucada
Adunco, caduco
Fecho atrás de mim a porta torta que deixa o mundo
Eu nunca, eu nada
Cheio de talvez
Eu nada, eu nunca
Cheio de quases
Eu que nunca fui
Eu que nada mais
Demente mente que mente
Perplexo reflexo de sonhos fingidos
Logo pra sempre ausente
Não mais metido, nem mais mentido
Eu nada fui
Eu nunca mais

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

POEMA DE UM DIA MUITO RUIM

Morte, querida, vem e me liberta
Dessa dor cruciante de sempre
Morte,dessas horas amiga, vem e me cura essas feridas
Livra-me da dor que nunca cicatriza
Com um beijo leva-me pra longe
Da ferida que não se dissipa
Pra longe, para além dos montes

Vem, e me mata primeiro a esperança
Que me prende a enleios quiméricos
Que me faz estremecer de ânsia
Que alimenta essa dor que já é deveras tamanha
Concede-me Ades o repouso no Elísio

Mas, doce donzela, venha abrupta e ligeira
Rapta-me assim com a rapidez de uma gazela
Ou como presto o leão a gazela mata
Rapta-me Ades como raptastes tua amada Persefane
Não quero mais sonhos, não quero mais angústias
Já é taõ tarde, que pode dar-me ainda a vida?
Se essa tristeza eterna não se cura?

Leva-me e rápido! Não me traga tu também mais sofrimentos
Nem quero eu proferir mais lamentos
Deixa-me afundar no silêncio do esquecimento, bela dama
E um derradeiro favor apenas lhe peço
Pra essa vida que não me permitiu sequer uma vitória
Pra essa vidinha maldita de desdita
Te rogo, por mim, se possível: cuspa-a na cara!

VERSOS ERÓTICOS

Cada verso meu pra ti
É um beijo frustrado
Um carinho não dado
Que ainda repousa em minha boca
Uma jura de amor
Um por do sol a sós
Mas que eu não te dei nunca
Cada poesia
Uma noite de amor perdida
Em que eu não te comi
Que tu não gozaste
Que não ejaculei
Ai! Cala de uma vez minha pena
Arranca essa caneta de minha mão
Pra que elas possam agarrar tuas pernas
Tira meus dedos dessas teclas
E os enfia em tua buceta
Que vocação de poeta não é ser asceta
Que é melhor a poesia vivida
Bem mais que a escrita
Cala minha boca faladeira
Com um beijo
Emudece esses lábios inquietos
Com teu sexo
Deixa que eu faça poemas
Com meu pinto
Que sou melhor poeta
Quando sou amante
Quero gozar em tua boca
Minhas mais lindas poesias
Vamos versificar esta noite!

OUTRAS DE TI

Te procurei em outros rostos
Tua luz em outros olhos
Tu em outros corpos nus

Fiz de conta que a mulata era tão branca
Como é branca essa tua tez pálida de lua
O negror de teu olhar em olhos azuis

Te criei em outras mulheres
Em outros seres te inventei tantas vezes
E de feliz eu me finji

Procurei carnes fartas pra esquecer tua esqualidez
A de louras tranças pra teu cabelo preto não querer
Me convenci de que te esqueci

Finji que te esqueci
Achei que era feliz
Procurei em outras santas
A puta de ti

Pensei ser feliz
cri que te esqueci
Procurei em outras putas
A santa em ti

Em novas bocas quis teu sabor
Em outros amores tua dor
Na febre de outros corpos tua pele fria

Mas em todas eu quis foi tu
No que diferia delas havia o vazio do que não tinham de tu
E nova renascias em memória minha

Finji que te esqueci
Achei que era feliz
Procurei em outras tantas
outras de ti

Pensei ser feliz
cri que te esqueci
Procurei em outras tontas
A mesma de ti

Em outras dores procurei esquecer teu amor
Em outros sabores que cansei cacei teu sabor
E aqui estou só

Tantas de ti que não eram tu
Tantas migalhas de ti em outras tantas
Tantos contrastes de ti em outras loucas
E aqui eu choro, só, ainda te amando
Abandonado e nu

CONSTANTEMENTE INCONSTANTE

Quando és dia eu estou noite
Quando estas noite eu sou dia
Constantemente inconstantes
Floresço no outono
Feneces na primavera
Meu sol nasce no teu crepúsculo
Tu te pões em meu alvorecer
Somos inverno no verão e Estio no inverno
Morremos quando devemos nascer
E nascemos no do universo o velório
Constantemente inconstantes
Nevarei em teu verão
E tu serás o sol ardente de meu inverno
Contigo sempre me surpreendo
E sou imprevisível até mesmo comigo!
Te procuro quando não me queres
Desejas-me se não te procuro
Se lhe voto ódio me amas
Mas se te amo me desprezas
Não nos encontramos nos extremos dessa contenda eterna
Mas, ao contrário, é no meio dessas mudanças todas
Dessas nuances em movimento
Escala de contradições e paradoxos
Que, estupefactos, nos chocamos
E é então que nos amamos

domingo, 31 de janeiro de 2010

RESSACA DE TI

Mirei o fundo do copo
E nele vi tua face
Te traguei em goles tácitos
E pedi nova dose
Estava lá: ainda tão cândida e bela!
Como dantes
Inferno de Dante!
Não mais menina, agora mulher
Em morosas palavras ardentes
Te sorvi em poesias lânguidas
E de ti me embriaguei
Te senti por minhas veias correr
A cabeça tontear
E minha alma enlouquecer
Passei mal e vomitei
Cada gota de vodka e de conhaque
Mas a ti não expurguei
Abstémio que hoje sou
De teu vício não me curei
É, tu és meu vicio, minha doce droga maldita
Minha grande embriagues de sempre
Minha eterna ressaca pálida
Ainda sinto teu gosto em minha boca
Vou escovar os dentes

DUVIDA

Não sei mais se amo tu
Ou se amo ela
Não sei mais se é tu o meu amor
Ou se agora é de novo ela
Não sei mais se é ela meu amor
Ou se é ainda tu
Não sei dizer se ainda te amo
Ou se é mesmo ela meu novo amor
Não sei também se tu é tu
Ou se quem sabe tu é ela
Talvez que seja ela tu
Quando te olho nestes teus olhos morenos
Tenho certeza: és mesmo o amor da minha vida
Mas quando te olho nessa boca branca
Percebo: não te esqueci ainda
E tu voltou e tudo voltou
E ela voltou e tudo retornou
Mas mesmo assim tu não passou
Mas mesmo assim ela ficou
ai, que me ponho a ficar louco
Pos já não sei mais o que sinto- apenas que sinto
Não sei mais se é tu o meu amor
Ou sse ainda é ela
Não sei dizer se ainda a amo
Ou se é mesmo tu meu novo amor
Não sei mais se amo ela
Ou se amo tu
Não sei mais se é ela o meu amor
Ou se agora é de novo tu
E nem sei mais quem de tu é tu
Ou quem de tu me lembra ela
Nem quem dela é dela
E o que nela tem de tu
Quem dela é tu?
Quem de tu é ela?
Talvez fosse melhor que eu pensasse numa terceira
Uma assim que eu não amasse mas que
Amasse a mim, e que fosse suficientemente bela
Amena e encantadora, amiga (fuga)
Porque nem tu, nem ela
Nem ela, nem tu
Hão de me amar um dia
Tu: pequena, morena, roliça,languida
Tem outro amor
Tu: longilínea, pálida, macilenta, trágica
Tem outro também
Então que importa se eu ame?
E que importa quem?
E eu nem devia dizer essas coisas a voces duas
Mas ha tanto vinho em minha cabeça agora
E essa duvida que me mortifica
Vou lá fora olhar a lua

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SINA



Ah, que sina é essa de ter em tão alta conta quem pouco se importa
O fado de amar quem não te ama
De gostar mais que o outro gosta!
Só eu te amei- tu mal se apercebeu
Só eu me lembro ainda- tu já esqueceu
E eu que noites em brados por ti, insone, velei chorando
Tu quiçá dedicou cinco minutos (duvido!) em mim pensando?
E eu que me assusto se um espinho lhe fura o dedo
Tu terás uma lágrima pra mim se eu morrer?- Um suspiro ao menos?
E só eu choro- tu te ris
E só eu amo- tu te vais
E eu te espero- tu se foi
Eu te procuro- já é tu longe!
Me dou por completo- tu só migalhas
Tu some. E nada!
Ó, Senhor! Que sina é cuidar assim de quem não se importa
Cruel fadário é amar quem quando muito apenas gosta
E se devo, contudo, amar apenas
Quem também me ama
(prioridade pra quem te tem em prioridade, opção pra quem te tem como opção)
Porque quando sozinho a noite pergunto:
"Quem é que me ama como eu amo?"
Não me responde nem o eco no escuro?
Mas se devo, no entanto, amar a penas
Quem pouco me valoriza ou m rejeita
Como o posso suportar?
Gastar minhas rotas penas
A voar atrás de um anjo de grandes asas
Eu simples sabiá?
E nesse labirinto de solidão infinda
Todas as portas estão fechadas
Choverá de meus olhos oceanos tantos
Por poucas e esquálidas lágrimas?
Lutarei só contra exercitos poderosos
Por quem por pequena inconveniencia
Irá embora sem nem mesmo dizer adeus?
Ai! Que sina essa gostar mais de uma pessoa
Do que essa pessoa nos gosta
Ficar e esperar, por quem foi embora...

domingo, 24 de janeiro de 2010

PALIDA MASCARADA




Eu sou aquela que sorri encantadora
Enquanto dentro se contorce de dor
Que usa mascaras de mentiras verdadeiras
Pra esconder a falsa verdade d´um amor
Que gargalha mesmo sentindo da morte o estertor
Eu sou a carnavalesca com suas fantasias
Que fúteis sonhos conta, frívola
Que com um sorriso sempre cala uma dor
Aquela das lágrimas e magoas escondidas
Que vive duas vidas numa mesma vida
Por todos tão amada- mas sem um amor

sábado, 16 de janeiro de 2010

TUAS CORES



Em teu regaço adormeço
Por dossel teu cabelo negro
Por travesseiro meu- tuas fartas coxas brancas

Em teu colo me deito e me esqueço
Por céu nocturno teus cabelos pretos
E teus seios: duas pálidas luas, cândidas

Por meu céu tuas negras tranças
E teus olhos verdes minhas estrelas
Em teu abraço enleado me perco

O meu céu é de teus olhos o azul
E o sol não brilha mais que teu riso
Ó, em teu beijo morro e ressuscito!

Não, não é mais pálida entre a névoa a lua
Não é essa noite que teu cabelo mais negra
Nem um céu de verão que teus olhos mais azul

Não, nem é mais belo o arrebol
Do crepúsculo a nocturna viração
Entre tu e de Gaia qualquer beleza- inda sou mais tu!

E que importa se o céu é azul?
É noite ainda em teu cabelo preto!
E que me incomoda que é negra a noite fria?
Cintila inda quente o dia em teus olhos azuis
Que me importa que desabe a vida lá fora
Se adormeço aqui em tuas alvas curvas brancas?

Ó, e a vaga que brame quando na praia rebenta
O verde de Oceano que de Urano o azul do céu se mistura
Não me inunda mais que estes teus olhos lânguidos

Ai! Quero nestes verdes olhos de céu mergulhar
Pelas nuvens cinzas do teu cerúleo mar quero poder voar
Olhos de Minerva que afogariam qualquer Netuno

SONETO DA PARTIDA PARA A ITALIA



Minha bela, vou-me embora, para a Italia
Para de Roma as luzes e para as noites de Sorrento
A alma de saudade vaga, mas te levo em pensamento
Deixar esta terra maldita que não é minha

Minha bela, vou-me agora, que já é tarde
Nestas paragens tempo demais desperdicei
Sim, e é provavel que sempre te amarei
Mas te deixarei, e não volto; não me aguarde

Desta terra não levo saudade, apenas mágoa
Não respirar mais desse ar nem beber dessa água
Menina, vou-me embora. Não me agarres!

E sob o sol morno das praias do Mediterraneo
E sobre de Milano do chão a branca neve
Enfim repousar este corpo romano

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

NA PRAIA , SOB A CHUVA




Lembrar de ti me da tanta saudade de mim mesmo
De tantas coisas olvidadas la atrás
tanto de ti em mim e em tu vejo tanto de mim- do que fui, do que sou, do que em ti sempre serei
Se desprende então de ti esse fluído que te é tão próprio, como essa luz que irradias, que é tão tua
Esse eflúvio vaporoso com o qual me embebo em enleio, ébrio
Essa aura de névoa da roxa neblina de uma alma delicada
E essa fragrância doce da ternura de tua formosura sempre pálida
entre nós, penso, como que que um acordo secreto, inconfessado.
Uma promessa jamais dita, uma jura , assim sabe, que nunca foi feita?
E nosso mais ardente beijo ainda é aquele que nunca foi dado
E vem então a vaga suspirosa acariciar a areia branca, tímmida, na madrugada
Um véu de escuma banha tuas formas brancas, longilíneas- nua sob a lua
A diafana cortina das neblinas cai, se desprendendo furtiva do manto nebuloso do céu revolto
Da tormenta que chega, que violenta mas docemente se aproxima
Esse véu vaporoso e níveo que a tudo envolve em eflúvios lentos, como esse teu cheiro
No horizonte os morros inda roxos no arrebol que mata Apolo de novo
E tu corres doida pelas areias, as formas alvas movendo-se alegres; saltitas, deslizas, parece que até voas!
As pernas longas da carne desejada onde a vaga te beija erótica
E tu apertas entre esses dedos longos estes globos alvos, pressurosa
Argentea lua que prateia tua tez eburnea, sobre a qual Urano pranteia
Ergue teus longos e magros braços de marfim em direcção a mim- me chamas
Ai! Tudo que poderia ter sido e que não foi e que jamais será, tanta coisa assim se irrompe das profundezas
Como águas represadas, a tanto tempo atormentadas, como a lava que irrompe ardente e implacável do seio da terra até pouco antes impassível!
Sim! Um beijo nos devemos ainda por tudo que displiscentemente deixamos se esvair, que por força das circunstancias ou que por falta das tuas forças se assim deixou sumir
As promessas que deixamos fenecerem e teus olhos castanhos a desmaiar!
E, pelo véu de névoa, diáfana, tu te aproximas, macilenta
Deita teu corpo esquálido e formoso na areia comigo
O manto da tempestade cobre, suavemente, a cúpula negra de estrelas do céu
Chorando o pranto de tanto sonho natimorto, que morreram assim sem sentido (mas não sem terem sido sentidos), que não foram mas poderiam bem terem sido
Rescende sobre teu colo de neve e sobre meu rosto em febre esse manto escuro
De teus cabelos negros que assim se deitam sobre a pálida tez suada, onde as lágrimas de Diana são estrelas
Ó! E lembrar de ti desperta em mim tanta saudade de mim!
Tocar essa tua tenra carne branca, esses seios fatos e voluptuosos apertados em mim que até te posso ouvir o coração bater!
Um vulcão em erupção, águas que irrompem do fundo de um abismo de quilómetros
Tanto de mim nessa tua carne, nessa tua boca, nesses teus olhos; tanto eu na sua alma
A onda se choca com a areia da praia num abraço de desejo
A chuva das nuvens, que era do mar, o mar reencontra numa sequiosa cópula
Estes teus seios alvos, balouçantes, arquejando, palpitantes; saltitando sobre mim
Minha boca tua boca encontra como no horizonte encontra o oceano o céu
A areia encontra a chuva, e a chuva abraça a areia, como minhas coxas encontram tuas coxas
E beija a praia a vaga como meu corpo com teu corpo se choca
Tudo se une de novo, tudo é um só num encontro mutuo
Tanto de mim em ti e tanto de ti em mim!
Na chuva- o oceano e o céu feitos um
Eu dentro de ti, tu dentro de mim
Na praia- feitos um o mar e a areia
Na noite- um só, eu e tu...

sábado, 9 de janeiro de 2010

ULTIMA LAGRIMA



em mim uma lágrima
Que por ti ainda não derramei
Fria e solitária lágrima
Que num verso te cantarei

Não, não te amo mais
Mais de um amor entre aquele amor e nós
Não, contigo não sonho mais
Mas ainda vejo em ti a razão de cada motivo que me apaixonou

Uma ultima lágrima te dou
Pelo que poderia ter sido e não foi
E um sorriso novo que assim ficou
Pela amizade que ainda entre nós dois

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

VOLTA



Ai! Volta inda uma vez
Que eu não soube esquece-la
O gosto de teu beijo
Em minha boca ainda queima

E tanto tempo se passou
Tu mudaste e eu também
Quanta saudade daqueles dias
Que eu nunca mais terei

Ai! Se ainda te amo?
Sim e não, eu diria
Amo quem tu fostes, mas quem tu és
Amo pela que seria

Te tenho no coração ainda como eras
Em ti amo a lembrança de tu mesma
Mas sei que somos outros- outro tempo, outra época
Em ti viva amo a ti que é morta
Amo em ti a sepultura de quem tu eras

(...)

Mas também gosto de quem és hoje
Apenas que pareces outra mulher
Nem melhor, nem pior- outra é
Ai! Que talvez esqueço de quem tu fostes
Pra me apaixonar por quem tu és?
Tendo assim dois amores- na mesma mulher!?

Esquecer e reapaixonar-me
De novo pela mesma menina
Ao mesmo tempo pela mulher e pela ninfa
Amar-te, esquecer-te e amar-te novamente
Que sina seria a minha!
Amar-te duas vezes na mesma vida!...

sábado, 2 de janeiro de 2010

DERRADEIRO ABRAÇO


Exangue eu me deito entre meu vomito e tua merda
Como um louco eu corro pelo meu sangue através
Teus olhos vidrados se apagam em uma lágrima
Rastejo em direção a saída, pois não mais fico de pé

Bater a porta já não posso, com minhas unhas quebradas a arranho
Secos olhos choram o pó das lembranças que não foram, ninguém abre
Ó, ninguém jamais ouviu os gritos hoje mudos- ninguém ouve- eu mudo
Lágrima escorre lânguida da face ao colo de neve- que não arqueja ou palpita, inerte

Me viro convulso na cama de arame farpado, me contorço (e me corto) e misturo
Meu sangue com teu sangue, minha lágrima com tua lágrima
Te abraço (um ultimo). Tão pálida e tão fria, imóvel- revolvo
O sangue na lágrima e a lágrima no sangue- que lastima!

Num ultimo dos beijos- suor, saliva, sangue, lágrima, excremento e urina- cheiro de morte
Misturo o sangue no vomito e na lágrima a merda; uma só são suas entranhas nas minhas
Duas vidas malfadadas, não vividas, que findam- hematomas e cortes
Uma cena terrível e repugnante- que poderia contudo ter sido tão bela...

"AQUELA QUE VIRA"



E tu eu chamarei de "Aquela que vira"
Como vira não sei, nem como será
Talvez que tenha cabelos castanhos
Quiçá flavos como o trigo
Pretos de azeviche talvez, assim como bem gosto
Cerúleos olhos, glauco olhar, talvez negros e profundos
Mas que seja doce, radiante e meiga
Desse tipo de menina tímida e romântica que tanto me encanta
Que tenha sorriso de fada e olhar de ninfa
E um jeito de anjo no andar, como se voasse
Um jeito suave no tocar, como se não tocasse
Estará comigo nas noites frias
Assim como nos dias de sol
E será assim como minha eterna companhia
Livrarei-me de minhas dores curando tuas agonias
E quando não estiveres perto
Serei saudoso até de teus defeitos
Só te pesso, "Aquela que vira"
Que não tardes muito que eu entardeço
Que venhas antes da noite
Quando os lobos espreitam
Minha cansada carne para jantar
Só te pesso mesmo isso, que não te atrases
Não sei, quem sabe se amanhã não morro?
Não te quero ver vestida de luto
Antes mesmo de eu ver-lhe o rosto
Não quero deixar este mundo
Antes que venhas para meu mundo