sábado, 16 de janeiro de 2010

TUAS CORES



Em teu regaço adormeço
Por dossel teu cabelo negro
Por travesseiro meu- tuas fartas coxas brancas

Em teu colo me deito e me esqueço
Por céu nocturno teus cabelos pretos
E teus seios: duas pálidas luas, cândidas

Por meu céu tuas negras tranças
E teus olhos verdes minhas estrelas
Em teu abraço enleado me perco

O meu céu é de teus olhos o azul
E o sol não brilha mais que teu riso
Ó, em teu beijo morro e ressuscito!

Não, não é mais pálida entre a névoa a lua
Não é essa noite que teu cabelo mais negra
Nem um céu de verão que teus olhos mais azul

Não, nem é mais belo o arrebol
Do crepúsculo a nocturna viração
Entre tu e de Gaia qualquer beleza- inda sou mais tu!

E que importa se o céu é azul?
É noite ainda em teu cabelo preto!
E que me incomoda que é negra a noite fria?
Cintila inda quente o dia em teus olhos azuis
Que me importa que desabe a vida lá fora
Se adormeço aqui em tuas alvas curvas brancas?

Ó, e a vaga que brame quando na praia rebenta
O verde de Oceano que de Urano o azul do céu se mistura
Não me inunda mais que estes teus olhos lânguidos

Ai! Quero nestes verdes olhos de céu mergulhar
Pelas nuvens cinzas do teu cerúleo mar quero poder voar
Olhos de Minerva que afogariam qualquer Netuno

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