sábado, 20 de fevereiro de 2010

TOLO PARA OURO

Tantas e tantas vezes
O seixo por diamante eu tomei
Mas juro que nunca pensei
Julgar uma jóia preciosa
Como se se vidro inútil fora
Julguei-te pelas aparências
Medi-te pelas precedências
E enquanto ao ouro de tolo me agarrava
Deixei que tu jóia mais rara
Fugisse de mim
E enquanto eu julgava ser o pó ouro
Por pouco e pouco
No infinito te perdi
E eu que te pensava vazia e fútil
Ai! Eu que tanto me surpreendi!
Eu que não te dei o valor devido
Como agora me redimir?
Jóia, te julguei como os escolhos
Abrolhos eu pensei fossem jóias
E agora?
Que será feito de mim?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MY DEAD LOVE

I´ve been looking for a new love
Walking under the storm, runinng throughout the sun
And you don´t even care
And you don´t even know
Still with me is always only you

Baby, I still remember
How you used to be
Loving in you today
An memory of you one day

Sunshine never reachs me
Sunshine will never comes here to me?

(BRIDGE)
I loved who you were
But I hate who you are
I won´t see you again
Sunrise I never see

(CHORUS):
My dead love
My sweet dead love
I´ll put pretty flowers
In your muder grave
My dead rose
My new love

Maybe I forgot who you were
To love now who you are
Loving you two times, honey
Loving in you two girls, yeah

(BRIDGE 2)
I forgot who you were
To love who you are
Come and take my hand
Once again

(CHORUS)

I´ve been walking along these stones
But you don´t even care
You will never know...

(johnny lynn lee)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

POEMA DE UM FRUSTRADO

Depois da festa
Foi a solidão
Depois do riso
A depressão

E ela não veio
Ao contrario: se foi
Projetos e planos
Quebrados como as garrafas no chão

E fez-se lágrima da risada
E não abriu a porta chave
E a esperança fez-se em angústia
E espedaçou-se a suposta chave

A porta continua trancada
E tu é só de dar dó
Esperança novamente desmentida
E teu sofrimento é o de Jó

Sentado no chão
Sozinho no silencio
E essa dor no coração
De novo, de novo e de novo...

Depois dos sonhos
Foi a decepção

CONTRA TEMPO

(Contribuição de meu prezado amigo Paulinho)

Ainda me lembro como se fosse ontem
Como se ontem fosse noite
E essa noite aquela noite
Como se essa noite fosse manhã
E essa manhã amanhã
Ainda me lembro como se fosse hoje
Como se hoje fosse ontem
Como se ontem fosse outono
Como se o outono fosse mês que vem
E mês que vem a primavera que se foi
Ainda me lembro como se fosse amanhã
Como se amanhã fosse ser aquela velha noite
Ainda me lembro como se fosse sempre

MENINA

És ainda pra mim a mesma menina
Que um dia conheci- pálida criança
És ainda a mesma porque é ainda a mesma minha perplexidade
Estupefacto espanto de assim te encontrar na vida
Conviver contigo é conjugar o verbo desta perplexidade eterna constantemente
Mas és mulher- de paradoxos sem fim
De sempre novos mistérios velhos a serem desvelados
Abstracção surreal em minha mente- de andar lírico e toque fugaz
Cintila a luz de teu olhar oblíquo que dardeja
Sobranceiro em seu negror absoluto
Iluminando de mim meu mais tenebroso recanto no entanto
E faz tempo já que não nevas por aqui o leite cândido e meigo de tua presença sempre radiosa
Faz tempo que não conjuga teu nome em verbo de viver em minha vida
Mas há sempre qualquer coisa de ti na atmosfera
Nessa monótona paisagem petrificada de sempre em toda parte tu estas
Assim como a alma a animar um corpo oco
Há sempre qualquer coisa de ti em toda parte de minha vida, na atmosfera
Na infinda perplexidade do espaço suspensa- suave porém também densa
Vaporosas emanações de ti que esvoaçam sempre em dança
És amanhecer e entardecer, meio dia e alta noite
E assim sempre vives no ar mesmo que eu respiro
Sempre presente até em sua ausência
És mulher (e que mulher!), mas nesta perpetua estupefação de nosso primeiro encontro
És sempre menina de novo
Como nesse jogo de eterno retorno
É sempre infante a primavera
És, Rainha branca de neve, meu doce inverno primaveril
És minha noite e meus dias ainda, como sempre
Minhas caídas carentes folhas de outono
Sinto que te vais, tu te afastas lentamente; minha vida deixas
Mas a perplexidade de nosso primeiro encontro
Permanece até mesmo em nossas despedidas
Essa parte de tu que irremediavelmente esta pra sempre, indivisivelmente, em mim
Ficará aqui comigo compartilhando de tua ausência
Querida, és mistério constante, verdade inconstante de cada instante
Vogal e consoante
Eu te venero e desprezo, eu te preciso mesmo quando não quero
Eu te respiro
Eu vivo a ti
Conjugo teu nome (secreto nome) como o verbo viver
E conjugo viver como amar
Conjugo a ti sem palavra dizer
Vivo tu em cada instante a fazer
Se não estou morto é porque estou (teu nome)

EU NUNCA MAIS

É nada, è nunca
É nunca, é nada
Eu nunca fui eunuco
Eu nuca nunca cutucada
Adunco, caduco
Fecho atrás de mim a porta torta que deixa o mundo
Eu nunca, eu nada
Cheio de talvez
Eu nada, eu nunca
Cheio de quases
Eu que nunca fui
Eu que nada mais
Demente mente que mente
Perplexo reflexo de sonhos fingidos
Logo pra sempre ausente
Não mais metido, nem mais mentido
Eu nada fui
Eu nunca mais

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

POEMA DE UM DIA MUITO RUIM

Morte, querida, vem e me liberta
Dessa dor cruciante de sempre
Morte,dessas horas amiga, vem e me cura essas feridas
Livra-me da dor que nunca cicatriza
Com um beijo leva-me pra longe
Da ferida que não se dissipa
Pra longe, para além dos montes

Vem, e me mata primeiro a esperança
Que me prende a enleios quiméricos
Que me faz estremecer de ânsia
Que alimenta essa dor que já é deveras tamanha
Concede-me Ades o repouso no Elísio

Mas, doce donzela, venha abrupta e ligeira
Rapta-me assim com a rapidez de uma gazela
Ou como presto o leão a gazela mata
Rapta-me Ades como raptastes tua amada Persefane
Não quero mais sonhos, não quero mais angústias
Já é taõ tarde, que pode dar-me ainda a vida?
Se essa tristeza eterna não se cura?

Leva-me e rápido! Não me traga tu também mais sofrimentos
Nem quero eu proferir mais lamentos
Deixa-me afundar no silêncio do esquecimento, bela dama
E um derradeiro favor apenas lhe peço
Pra essa vida que não me permitiu sequer uma vitória
Pra essa vidinha maldita de desdita
Te rogo, por mim, se possível: cuspa-a na cara!

VERSOS ERÓTICOS

Cada verso meu pra ti
É um beijo frustrado
Um carinho não dado
Que ainda repousa em minha boca
Uma jura de amor
Um por do sol a sós
Mas que eu não te dei nunca
Cada poesia
Uma noite de amor perdida
Em que eu não te comi
Que tu não gozaste
Que não ejaculei
Ai! Cala de uma vez minha pena
Arranca essa caneta de minha mão
Pra que elas possam agarrar tuas pernas
Tira meus dedos dessas teclas
E os enfia em tua buceta
Que vocação de poeta não é ser asceta
Que é melhor a poesia vivida
Bem mais que a escrita
Cala minha boca faladeira
Com um beijo
Emudece esses lábios inquietos
Com teu sexo
Deixa que eu faça poemas
Com meu pinto
Que sou melhor poeta
Quando sou amante
Quero gozar em tua boca
Minhas mais lindas poesias
Vamos versificar esta noite!

OUTRAS DE TI

Te procurei em outros rostos
Tua luz em outros olhos
Tu em outros corpos nus

Fiz de conta que a mulata era tão branca
Como é branca essa tua tez pálida de lua
O negror de teu olhar em olhos azuis

Te criei em outras mulheres
Em outros seres te inventei tantas vezes
E de feliz eu me finji

Procurei carnes fartas pra esquecer tua esqualidez
A de louras tranças pra teu cabelo preto não querer
Me convenci de que te esqueci

Finji que te esqueci
Achei que era feliz
Procurei em outras santas
A puta de ti

Pensei ser feliz
cri que te esqueci
Procurei em outras putas
A santa em ti

Em novas bocas quis teu sabor
Em outros amores tua dor
Na febre de outros corpos tua pele fria

Mas em todas eu quis foi tu
No que diferia delas havia o vazio do que não tinham de tu
E nova renascias em memória minha

Finji que te esqueci
Achei que era feliz
Procurei em outras tantas
outras de ti

Pensei ser feliz
cri que te esqueci
Procurei em outras tontas
A mesma de ti

Em outras dores procurei esquecer teu amor
Em outros sabores que cansei cacei teu sabor
E aqui estou só

Tantas de ti que não eram tu
Tantas migalhas de ti em outras tantas
Tantos contrastes de ti em outras loucas
E aqui eu choro, só, ainda te amando
Abandonado e nu

CONSTANTEMENTE INCONSTANTE

Quando és dia eu estou noite
Quando estas noite eu sou dia
Constantemente inconstantes
Floresço no outono
Feneces na primavera
Meu sol nasce no teu crepúsculo
Tu te pões em meu alvorecer
Somos inverno no verão e Estio no inverno
Morremos quando devemos nascer
E nascemos no do universo o velório
Constantemente inconstantes
Nevarei em teu verão
E tu serás o sol ardente de meu inverno
Contigo sempre me surpreendo
E sou imprevisível até mesmo comigo!
Te procuro quando não me queres
Desejas-me se não te procuro
Se lhe voto ódio me amas
Mas se te amo me desprezas
Não nos encontramos nos extremos dessa contenda eterna
Mas, ao contrário, é no meio dessas mudanças todas
Dessas nuances em movimento
Escala de contradições e paradoxos
Que, estupefactos, nos chocamos
E é então que nos amamos