sábado, 12 de dezembro de 2009

AS MULHERES VÃO, A MUSICA FICA



Lembra aquela menina, a Laura?
Aquela com quem tu andavas
As voltas, rastejando
Isso já à alguns anos?
Era um tanto quanto gorda
E tinha os olhos meio vesgos
Mas a ti eram tão belos
Enquanto a amavas!
Que cor eram mesmo seus olhos?
Verdes ou castanhos?
Talvez que fossem azuis...
Mas quem se importa? E quem se lembra?
Mas sabe aquele poema
Que um dia fizeste a ela?
Hoje Laura tu a acha feia
Mas daquele velho poema
Que de velho parece inda mais belo
Tu ainda sabe os versos
Pois a cor dos cabelos de Laura esquecestes
Mas os versos que um dia fizestes e nunca mais lestes
Tu ainda os sabe de cor!

E aquele samba bem gingado
Que fizestes numa noite de Março
Pra uma tal de Ines?
Ines se foi! é longe! Já a tempos!
Insensatez se envolver com Ines!
Eu me lembro.- Tu esquecestes
Porém o samba tu ainda o toca
Toda noite lá na roda
La no bar do Português
Ines se foi! Que importa?
Com o mesmo samba seduzis-te Amanda
Toca ele outra vez!

Ai! Aquela balada tão triste e gótica
Que fizeste para Paula
Hoje Paula tu odeia
Nem lhe olha na cara
Mas daquela musica ainda
Tu amas cada nota

Ai! Lorena- a morena
Um soneto
E Renata- a mulata
Bela musica
Andressa- a japonesa
Lolita- a menina
Adriana- balzaquiana
Tantas, tantas e tantas
Tão efémeras
Mas a musica é tão eterna!

Ai! a dor de amor um dia passa
Só o que fica é uma musica e uma poesia
As mulheres se trocam- a poesia é a mesma
As mulheres se vão- a musica fica!

(...)

Mas, ai! Porém tu, só mesmo tu
Não me sai da cabeça
Poemas e sonetos
"Pedreiras" e baladas
Quantos feitos, lidos, ouvidos e esquecidos
Só tu mesmo é que não passa
Os amores passam e a musica fica
Mas que é minha musica sem tu aqui?
As mulheres vão-se, a poesia é a mesma
Mas pra que servem meus poemas
Se não posso ter-te aqui?

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